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  • Foto do escritorMariana Manieri Pires C.

Seja um inovador com o Design Thinking

O Design Thinking é uma abordagem específica do campo do design que está fortemente atrelado a um processo de pensamento empático, crítico e criativo. Ele colabora para que uma organização ou empresa resolva problemas complexos e acelere em inovação, transformando realidades para a construção de um futuro desejável. O “pensamento do design” considera todo o mundo construído e projetado por pessoas ao nosso redor, identificando na vida urbana pontos de melhoria e espaços propícios para inovação.


Inovar significa mudar padrões que estão enraizados e parecem impossíveis de serem alterados. Quer alguns exemplos? O Instagram trouxe uma nova visão sobre fotografia, o Spotify veio com uma nova abordagem de compartilhamento de música, a Uber trouxe uma nova forma de deslocamento, a Netflix revolucionou totalmente a forma com que consumimos filmes e séries e o Airbnb simplificou a forma de se hospedar pelo mundo. São empresas que encaram situações que já estavam muito confortáveis na nossa realidade e as transformaram, entendendo como as coisas que criamos podem impactar pessoas e seus comportamentos.


Essas oportunidades surgem em um mundo que conhecemos como “Mundo VUCA”, sigla que vem do inglês e significa, ao pé da letra, volatilidade (volatility), incerteza (uncertainty), complexidade (complexity) e ambiguidade (ambiguity).


  • Volatilidade implica em uma capacidade de adaptação e comunicação rápida e eficiente;


  • Incerteza propõe experimentação constante, cocriação e uma diversidade de olhares sobre uma mesma coisa;


  • Complexidade cria um contexto que permite aprendizado;


  • Ambiguidade promove um pensamento sistêmico para enxergar aquilo que não está sendo visto.


Esse mundo muda em uma velocidade absurda e, por isso, é fundamental pensar nos reflexos que essas mudanças vão gerar para as pessoas. Quando olhamos para essa realidade percebemos que ela é perfeita para a aplicação do Design Thinking, uma vez que é uma abordagem que tem como foco o ser humano e todas as demandas que o envolvem, entendendo suas necessidades, desejos, intenções e interpretações. A partir disso, é possível encontrar soluções criativas, de modo coletivo e colaborativo, pensando do modo mais empático possível com todos os envolvidos na problemática.



Um pouco mais sobre o Pensamento do Design


O design, em si, possui 4 camadas:


a) Gráfica: contempla símbolos, impressos e comunicação visual;

b) Industrial: contempla produtos e objetos tangíveis;

c) de Interação: contempla serviços, experiências e interfaces;

d) de Sistemas: contempla cultura, organização e negócios.


O Design Thinking, no entanto, atua nas camadas mais abrangentes e internas, ou seja, as Camadas de Interação e de Sistemas. São elas que possuem maior proximidade com o indivíduo e suas necessidades. A Apple é um exemplo muito forte da importância do cuidado com essas camadas: na Camada Gráfica ela é amplamente reconhecida por sua Identidade Visual (quem não conhece a maçãzinha mordida?) e na Camada Industrial possui produtos únicos e altamente desejáveis pelo mercado, como as diversas versões de iPhones, MacBooks, iPads e uma infinidade de outros produtos.


A verdade é que toda essa referência em tecnologia se deve a um ótimo trabalho com as demais camadas: na Camada de Interação a empresa revolucionou possuindo um sistema próprio, o iOS, com uma interface única. Na Camada de Sistemas, ela traz todo ano novidades exclusivas que trazem praticidade para o dia a dia e que colaboram na comunicação dos usuários. Foi a marca quem criou o Itunes, o primeiro software de jukebox que abriu caminhos para uma importante revolução no modo de consumo de músicas.



O sucesso da Apple só evidencia como seus colaboradores se esforçaram para entender as necessidades de seus consumidores. Antes da invenção do primeiro iPhone, as pessoas nem imaginavam a utilidade que teria um telefone celular, mas a empresa viu que a problemática de uma comunicação prática e eficiente precisava ser resolvida em uma sociedade cada vez mais globalizada. A empatia, juntamente com a colaboração e a experimentação, são os valores essenciais do Design Thinking. De acordo com o professor de design Richard Buchanan,


design é mais do que uma ferramenta, mais que um conjunto de habilidades. Ele se apresenta completo, com uma filosofia pautada em valores humanos.”




O design é uma abordagem prática para a solução de problemas complexos, colaborando para a expansão da mente e para que ela se conecte com as reais necessidades das pessoas. Para ser aplicado adequadamente, o Design Thinking precisa ser desejável, tecnicamente possível e financeiramente viável. Para isso, é necessário passar por algumas etapas.



As 6 etapas do Design Thinking



1 - Empatia


Antes de qualquer coisa, é fundamental implementar uma mudança de mentalidade. Todos os envolvidos no processo devem desenvolver empatia pelo seu cliente, vendo suas dores como se fossem próprias. Segundo Tim Brown, autor de “Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias”, “empatia é a alma: sem compreensão do que os outros veem, sentem e experimentam, o design é uma tarefa sem sentido.”


2 - Imersão


Conhecer a si mesmo e aos outros, como seus concorrentes, é fundamental para entender quais precisam ser seus próximos passos. Descubra quais seus pontos fortes, quais as problemáticas da concorrência, quais as possíveis ameaças para você e como anda o cenário econômico nacional e internacional. Isso é o que permitirá que você identifique as oportunidades de inovação.


Pesquisas de mercado e feedbacks de clientes podem gerar considerações muito importantes para essa etapa. Outra ferramenta muito útil é a Análise SWOT, ou em portugês, Matriz FOFA: essa técnica de análise leva em consideração as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças de uma empresa.


3 - Ideação


Agora é a hora de produzir ideias criativas e originais para que se realize as melhorias necessárias na sua empresa, colocando em prática tudo o que foi descoberto na etapa anterior.


Pode ajudar nesse processo a utilização de técnicas de Big Social Data, que analisam profundamente o perfil social de indivíduos, e os insights gerados com elas. Isso abre espaço para que as mais diversas ideias sejam expostas e, dessa forma, você pode descobrir quais são as oportunidades de inovação.


4 - Sintetização


Provavelmente muitas ideias ótimas foram geradas na etapa anterior, mas é fundamental que sua equipe selecione quais são as mais relevantes e com maior potencial, partindo das necessidades e valores do cliente, para desenvolver a oportunidade de inovação.


5 - Prototipação


Agora é o momento de desenvolver o produto ou serviço. Para evitar falhas, é importante fazer protótipos do que foi idealizado, como uma versão beta ou representações gráficas.


Uma ótima saída é o MVP (Minimum Viable Product), a versão mais simples de um produto/serviço que pretende ser lançado. Assim, é possível verificar se aquela ideia realmente atende sua demanda, sem que haja grandes gastos para você e sua empresa.


6 - Validação


Por fim, é a hora de desenvolver esse produto ou serviço! Caso seus protótipos tenham tido respostas favoráveis, o processo de desenvolvimento pode ser iniciado com sucesso. Para isso, é importante ter em mente que esse processo é extenso. Sua ideia pode ser sempre melhorada, contando com a participação de seus stakeholders, sejam eles clientes, fornecedores, colaboradores internos e por aí vai! E não se esqueça das áreas de comunicação e publicidade (alô, Criative Jr?! 😜) para atrair a atenção do público para esse novo produto ou serviço.




Com todas as suas fases, métodos e ferramentas, a essência do Design Thinking é ser algo humano: se importar com o seu público, estar disposto a inovar e buscar sempre por um diferencial para satisfazer suas demandas. Independente da área, saiba que ele será um método completamente aplicável e que gerará muitos frutos positivos!

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