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  • Foto do escritorMariana Manieri Pires C.

O Marketing de Influência em tempos de pandemia

Atualizado: 9 de out. de 2020

Uma das áreas com maior crescimento na internet nos últimos tempos é a de Marketing de Influência. Talvez você não associe rapidamente o que esse termo quer dizer, mas com certeza saberá do que estou falando ao ler “influenciador digital”, que é o corpo, rosto e voz do Marketing de Influência. Os influencers são presenças em destaque na era digital e, conforme vão adquirindo seguidores ou alguma relevância em seu meio, podem gerar grande influência nas escolhas dessas pessoas. Isso fez com que um novo segmento do Marketing Digital surgisse, atrelando os profissionais do marketing com os profissionais de influência.


Este foi um ramo que deu oportunidade para que qualquer pessoa se tornasse conhecida por muitos, para que suas palavras e feitos tivessem certo impacto e para que marcas vissem potencial de contratação. São pessoas que abordam qualquer tipo de temática, inclusive apenas mostrando sua vida e cotidiano. No entanto, desde as primeiras consequências da pandemia causada pela COVID-19, o consumo de conteúdos na internet foi alterado; o destaque antes dado para determinados Digital Influencers diminuiu e outros influenciadores ganharam extrema relevância, bem como a troca de temáticas buscadas.


Responsabilidade com sua influência


Entre os meses de janeiro e março a empresa Spark, especialista em Marketing de Influência, realizou um estudo sobre o engajamento e a interação dos influenciadores envolvendo o tema da COVID-19. Ao todo, mais de 120 milhões de impressões em posts no Instagram sobre o novo coronavírus foram geradas, além de mais de 8 milhões de interações, desconsiderando os stories. Os influenciadores que tiveram conteúdo acerca da COVID-19 dobraram a média de engajamento em relação as suas publicações tradicionais. Publicações sobre viagem, por exemplo, foram sendo muito menos buscadas, uma vez que a realidade não permite viagens e o planejamento destas se torna quase inviável pela incerteza de quando uma próxima poderá ocorrer ou não.


Saber do que está falando, mantendo-se informado sobre o assunto de interesse também está sendo levado muito a sério. Falas e posts bem embasados têm passado cada vez mais credibilidade e geram uma sensação de respeito dos seguidores para com o influencer, visto que há cuidado com que o está sendo compartilhado. Atila Iamarino, biólogo e pesquisador brasileiro, ganhou muito destaque durante a pandemia, uma vez que sempre embasava seus vídeos no Youtube em muita pesquisa. O seu vídeo sobre sintomas do coronavírus, por exemplo, já conta com mais de 2 milhões de visualizações:


Mas como isso afeta uma marca?


É fato que toda essa situação gera muitas incertezas na vida de todo indivíduo, por isso há esse reflexo também no consumo, que gera mudanças significativas no mercado. A crise econômica que foi potencializada pela pandemia, vemos diariamente notícias de estabelecimentos que foram fechados, profissionais que foram demitidos e pessoas desempregadas que não encontram qualquer oportunidade de emprego, o que só reforça o cuidado com gastos de qualquer brasileiro. Eduardo Chedid, CEO da Elo, que possui mais de 132 milhões de cartões utilizados por brasileiros, afirmou à Jovem Pan uma queda média de 45% nas compras feitas pelos usuários dos cartões no mês de março.



Os consumidores estão muito mais cautelosos para comprar e investir, focando seus gastos em itens que possuam relação com abastecimento, emergência e, principalmente, saúde. É um momento que os influenciadores precisam ter muito cuidado com o que dizem e com quais pautas irão trabalhar, uma vez que existe uma preocupação mundial com o futuro da população: o bem-estar vem muito antes de qualquer interesse material. O momento não pede propaganda de roupas, cosméticos ou relógios, mas sim muita conscientização. Um estudo da Nielsen, que estuda consumidores em cerca de 100 países, mostra as mudanças de hábitos que vieram com a pandemia:


a) Crescente interesse por produtos de manutenção geral da saúde e bem-estar.

b) Priorização de produtos para a contenção do vírus, saúde e segurança pública.

c) Armazenamento de alimentos e uma vasta gama de produtos de saúde.

d) Aumento das compras online e diminuição das visitas às lojas.

e) Viagens de compras restritas, pois preocupações com o aumento do preço.

f) Retorno às rotinas diárias, mas com cautela renovada sobre a saúde.


Em um momento de crise sanitária e econômica, as empresas terão destaque se mostrarem que são muito mais que produtos e serviços, mas também possuem valores e humanidade. Um dos exemplo emblemático desse momento veio da Ambev, empresa brasileira de bebidas, a qual transformou o álcool das cervejarias em álcool em gel, doando meio milhão de unidades para hospitais públicos.


Assim como todos os setores de mercado, o Marketing de Influência também está passando por modificações, especialmente por ser uma modalidade do marketing que tem muito a ver com tendência, com estar ligado ao que está ocorrendo no mundo no momento presente. É um formato que traz resultados diferentes de qualquer outro tipo de comunicação e é um dos mais importantes para períodos de crise, visto que as marcas e empresas precisam criar uma relação de confiança e credibilidade com o seu público.


Tendo isso em vista, os influencers desempenham esse papel com maestria, pois quando estão alinhados com a sua marca, especialmente com seus valores, conseguem ser a voz desta e oferecer humanização a ela. A MindMiners é a responsável por uma pesquisa feita digitalmente, em que cerca de 50% dos entrevistados concordam que é papel das marcas colaborarem na conscientização das pessoas no momento de pandemia que estamos enfrentando.


Existe essa necessidade de rever o que será comunicado e de que forma isso acontecerá, sendo importante que os influenciadores digitais entendam o que o seu público quer e precisa consumir, conseguindo assim respeitar a sua comunidade e realidade. Atualmente, nota-se a priorização por conteúdos que prezem pelo consumo consciente e necessário, empatia e ajuda ao próximo, bem como o sentimento de coletividade, união e preocupação com o ser humano. O entretenimento continua sendo muito importante, ainda mais porque as pessoas têm ficado em casa e consumido muito online, mas a conscientização ganha muito destaque agora, sendo necessária responsabilidade naquilo que for distribuído.


Considerando todo esse cenário, aqui vão 4 tendências para o Marketing de Influência reforçadas na realidade pós-pandemia:


1. Slow blogging


Postar de maneira desenfreada e em grandes quantidades apenas para se fazer presente no feed do seu seguidor, mas sem pensar e refletir sobre o que está sendo postado está sendo cada vez mais rejeitado pelos usuários. O “bloggar devagar” permite que o influenciador consiga postar dentro do seu tempo, com autenticidade, digerindo o que está acontecendo, aprofundando o conteúdo ofertado e fazendo-o com dedicação e agregando propósito. A influencer Nátaly Neri segue esse estilo e fala um pouco sobre neste vídeo:


2.Criatividade em um mercado saturado


Ser apenas um rostinho bonito não gerará muitos frutos... É preciso estar atenta as novidades, novas plataformas e os assuntos que estão sendo muito comentados e abordar tudo isso de uma forma original e criativa. O influenciador Victor Oliveira viu em seu Instagram um local para divulgar trabalhos de outras pessoas e ofertar vagas de empregos para quem estivesse em busca, por meio de seus stories com o quadro “Vijobs”, que ocorre todo domingo a noite. A sua rede social passou a ser a vitrine para seus seguidores, ou seja, de modo simples ele inovou a plataforma e ajudou quem mais precisava.


3. Mais verdade e menos floreios


Ostentar mansões, carros de luxo e acessórios de marca tem afastado cada vez mais os seguidores dos influencers. Estar em contato com a realidade e não fingir um estado de paz enquanto o mundo passa por dificuldades extremas é um modo de trazer conexão com seus seguidores e uma aproximação com o que eles estão passando. A influencer Gabriela Pugliesi sofreu duras críticas e se ausentou por meses do Instagram após fazer uma festa em sua casa com diversos amigos, enquanto muitos dos que a acompanhavam viviam um período de quarentena ou viam pessoas queridas sofrendo com as sequelas da COVID-19, o que fez com que várias empresas suspendessem seus contratos com a influenciadora. Já a influencer Camila Coutinho ganhou destaque em seu blog e Instagram Garotas Estúpidas com diversos conteúdos que acharam pertinentes com o contexto, inclusive o #GEInforma:


4. Nunca foi tão democrático criar conteúdo


Todo mundo em casa trouxe a atenção pras redes sociais dos usuários. Criou-se um ambiente para que a maioria das pessoas possam compartilhar um pouco de seus conhecimentos e gerar influência. Os seus amigos compartilham receitas, sua tia indica um livro e até aquela pessoa mais discreta ensina como fazer uma camiseta tie dye. O TikTok tá aí pra provar isso! O Vittor Fernando, até então desconhecido no meio online, postou seu primeiro vídeo em março e agora já é um dos usuários referência na plataforma:

E aí, tinha notado essas mudanças na produção de conteúdo? Admira algum influencer ou marca, principalmente em relação a sua postura nesse contexto de pandemia? Conta pra gente aqui nos comentários! 😊



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